Segundo a denúncia, Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz e Roberto Huet de Salvo Souza, superintendente e chefe da divisão técnica, respectivamente, do Ibama, são acusados de omissão. O documento diz que suas ações provocaram a morte de centenas de animais silvestres no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Seropédica (RJ).
SEROPÉDICA - O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma denúncia por maus-tratos a animais silvestres contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e dois ex-funcionários do órgão.
O almirante Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz, ex-superintendente, e Roberto Huet de Salvo Souza, chefe da divisão técnica, eram responsáveis pela gestão do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Seropédica (RJ).
O local é o único apto para receber animais silvestres no estado do Rio de Janeiro e, de acordo com a denúncia, ficou sem funcionários capacitados para tratar os animais por 85 dias.
O procurador da república Sérgio Gardenghi Suiama, que assina a denúncia, disse que as ações dos dois gestores causaram maus-tratos a, pelo menos, 900 animais, resultando na morte de centenas de animais.
"A omissão e o desprezo dos denunciados com a saúde e o bemestar dos animais que estavam sob sua responsabilidade culminaram na interrupção, por 85 dias, do contrato dos tratadores, situação que produziu maus tratos e a morte de centenas de animais", dizia um trecho da denúncia.
Cetas ficou sem funcionar por decisão do Ibama
Em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) determinou o fechamento do Cetas de Seropédica. A suspensão das atividades no local foi uma decisão da própria Superintendência Estadual do Ibama, em comunicado dirigido aos órgãos ambientais do estado, prefeituras, polícia ambiental e Corpo de Bombeiros.
Na época, o local abrigava 1,5 mil animais. Só em 2021, 11 mil animais foram encaminhados ao Cetas pelos órgãos de polícia ambiental federal, militar e civil, bombeiros e particulares.
A maioria dos bichos chega doente ou machucado na unidade. São animais apreendidos em operações contra o tráfico ou levados pela própria população, quando encontrados nas cidades.
O Ministério Público classificou como ilegal a paralisação do serviço público de recepção, identificação, marcação, triagem, avaliação, recuperação, reabilitação e destinação de animais silvestres, provenientes de apreensões, resgates ou entregas espontâneas no estado.
Na nota divulgada, o MPF lembra também que esse serviço é atualmente prestado em caráter exclusivo. Os outros centros mais próximos ficam em Juiz de Fora (MG) e Lorena (SP).
No início de 2021, o RJ2 mostrou que o centro de triagem estava à beira do colapso. Pelo menos 600 animais morreram no Cetas por falta de tratadores, alimentos e remédios.
Via: G1
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