O Ministério da Economia determinou o corte de R$ 45 milhões no orçamento do Ibama, órgão responsável pelo centro. Superintendente diz que a situação é 'periclitante'. Procurador tenta impedir fechamento e alerta que funcionamento é uma obrigação legal.
SEROPÉDICA - O único centro de triagem de animais silvestres do estado do Rio de Janeiro pode fechar as portas por conta do corte de R$ 45 milhões no orçamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O reajuste financeiro foi determinado pelo Ministério da Economia. Como consequência, aproximadamente 500 animais atendidos no local podem morrer.
Segundo o superintendente do Ibama no Rio, Daniel Charlington Rodrigues, a situação do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Seropédica, na Baixada Fluminense, é 'urgente e periclitante'.
Com estrutura precária, centro que recebe animais silvestres no RJ pode fechar as portas Foto: Reprodução/TV Globo
Em um ofício encaminhado ao presidente do Ibama, Eduardo Bin, Daniel fez um alerta e afirmou que "diante da impossibilidade do pagamento de todas as obrigações, haverá o fechamento temporário da unidade e a suspensão do recebimento de novos animais".
"Demonstra-se como urgente e periclitante a situação que envolve ao acondicionamento dos espécimes acolhidos pelo Cetas/Seropédica /Ibama", dizia o ofício assinado por Daniel Charlington Rodrigues.
O centro de triagem de Seropédica recebe aproximadamente dez mil animais por ano. A maioria dos bichos chega doente ou machucada na unidade. São animais apreendidos em operações contra o tráfico ou levados pela própria população, quando encontrados nas cidades. Entre as espécies estão: pássaros, tartarugas, jacarés e tamanduás.
Procurador tenta impedir fechamento
Ao saber da gravidade da situação do Cetas, o procurador da república Sérgio Suiama encaminhou uma petição à 30ª Vara Federal de Justiça para reportar o risco de paralisação das atividades do centro de triagem.
No documento, o procurador reforçou o risco de morte dos animais que estão atualmente no local. Sérgio lembrou ainda que o funcionamento do Cetas é uma 'obrigação legal' do Ibama.
"A existência desses centros é uma obrigação legal do Ibama. Além dos 500 animais que estão lá hoje abrigados e que correm o risco de morte, há também o problema dos animais que estão sendo resgatados diariamente, tanto por órgãos ambientais estaduais ou municipais e que são levados também aos Cetas", comentou o procurador.
Na petição enviada à Justiça, o procurador pede ao presidente do Ibama e ao Governo Federal a liberação dos recursos necessários.
"Eu imagino que isso seja necessário ser feito ainda neste exercício financeiro que se encerra no dia 31 de dezembro", completou Sérgio Suiama.
O que diz o Ibama
Em nota, o Ibama alegou que os valores contingenciados a pedido do Ministério da Economia devem ser liberados em breve.
Via: G1
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