A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público Federal (MPF) identificaram e investigam a conduta do agente da PRF que esteve à paisana no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde está internada a menina Heloísa.
Imagens das câmeras de segurança do hospital mostram o homem entrando no local, sem se identificar, e sendo seguido por um segurança até o corredor da emergência pediátrica. O nome do policial rodoviário federal não foi divulgado.
A criança de 3 anos foi baleada durante uma abordagem de policiais rodoviários federais no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, na quinta-feira (7), e está internada em estado gravíssimo.
Menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi baleada duas vezes durante abordagem de agentes da PRF no Arco Metropolitano - foto reprodução |
A Prefeitura de Caxias esclareceu que o policial não teve acesso ao CTI da criança e foi barrado pela equipe de segurança que estava de plantão. Heloísa continua intubada no CTI do Hospital Adão Pereira Nunes.
Ao saber da presença do agente da PRF no local, o procurador da República Eduador Benones cogitou reforçar a segurança no local.
“O chefe da segurança do hospital informou aos agentes do MPF que esse policial não quis dar explicações e entrou sem autorização. A presença de um policial à paisana, e que não se justifica no CTI, causa preocupação. A gente vai olhar para reforçar a segurança ali no perímetro do hospital”, disse o procurador.
William Silva, pai de Heloísa, esteve nesta segunda-feira (11) no MPF para prestar depoimento. Ele contou que chegou a conversar com o agente da PRF que esteve no local.
“[Ele] não se sentiu ameaçado, chegou a conversar com esse policial. No curso das investigações, se ficar provado que esse policial entrou no CTI sem autorização, evidentemente pode ser caracterizado um abuso de autoridade sem prejuízo de sanções disciplinares por parte da PRF”, disse o procurador da República, Eduardo Benones, que investiga o caso.
Heloísa foi atingida por duas balas de fuzil: uma que entrou pelas costas, passou pela coluna e deixou fragmentos na cabeça, e outra está alojada no ombro direito da menina.
A Polícia Civil confirmou que o carro em que a família estava foi roubado no dia 20 de agosto do ano passado, em Petrópolis, e abriu uma investigação. Os envolvidos na negociação do veículo já prestaram depoimento.
A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do fato. A investigação ficará a cargo da Delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu, em razão do local da ocorrência.
A mãe de Heloísa disse que a família não sabia da irregularidade na documentação do carro.
O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, prometeu investigar o caso e disse que atirar em veículos, mesmo que eles estejam irregulares, não é a conduta correta.
Via g1
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